terça-feira, 26 de junho de 2007

Tireóide V - Exames Complementares



Testes Laboratoriais

Testes de função tireoideana são usualmente de pouco valor no manejo dos nódulos tireoideanos, com exceção para possíveis adenomas tóxicos. Níveis de tireoglobulina podem estar elevados pacientes com câncer da tireóide e são usados como um marcador tumoral de rotina no seguimento de pacientes submetidos a cirurgia para o câncer da tireóide, mas a determinação de seu nível sérico pré-operatório não o diferencia de adenomas benignos ou tireoidite.

O carcinoma medular da tireóide pode secretar calcitonina, antígeno carcinoembriogênico (CEA), cromogranina e outros peptídeos. Como marcadores tumorais, a medição destes marcadores é mais usada para detecção de recorrência do que para o diagnóstico inicial.

Biópsia por Agulha Fina ( Punção aspirativa por agulha fina – PAAF)

O melhor método preoperatório para identificara malignidade de um nódulo tireoideano é obter células do nódulo para exame citopatológico.A PAAF fornece uma elevada taxa de sucesso combinada com baixa incidência de complicações.A sensibilidade da punção aspirativa varia entre 86 a 94% e a especificidade de 92 a 99% em mãos experientes.Vale lembrar que a punção aspirativa fornece células para o exame citopatológico, e portanto não representa biópsia tecidual.

Diversos trabalhos mostram que PAAF guiada por ultrassonografia fornece um maior número de amostras satisfatórias e portanto aumenta a acurácia do teste.

A PAAF também pode ser utilizada para a identificação de carcinoma em linfonodos e para a mensuração de tireoglobulina no conteúdo da agulha.

Cintilografia da Tireóide

A cintilografia da tireóide é usada para identificar nódulos hiperfuncionantes em pacientes com sintomas de hipertireoidismo, níveis de TSH suprimidos ou resultado de biópsia sugestivo de neoplasia folicular. Nódulos quentes raramente representam malignidade, nódulos mornos apresentam um risco de maliginidade de cerca de 5 % e os nódulos frios apresentam uma maior chance de serem malignos, embora sejam benignos em mais de 80% dos casos.

Alem disso, a cintilografia apresenta baixa especificidade a despeito de alta sensibilidade para nódulos maiores que 1 cm.

Ultrassonografia(US)

A ultrassonografia da tireóide é de muita importância na evolução do nódulo da tireóide por tratar-se de um exame seguro, de baixo custo e que fornece imagens em tempo real e de notável poder de resolutividade e de ampla disponibilidade.

Podemos relacionar algumas das potenciais utildades do US do nódulo tireoideano:

- Diferenciar consistência sólida de cística

- Detecção de multicentricidade

- Detecção de tumor oculto da tireóide em casos de linfadenopatia cervical metastática por tumor primário oculto.

- Determinação de expansão sólida ou hemorrágica em lesões da tireóide que aumentam rapidamente de tamanho.

- Guiar a PAAF em casos selecionados

- Guiar terapia com etanol ou fotocoagulação com laser.

Algumas características do nódulo são consideradas indicativas de benignidade, são elas:

- Halo periférico fino, regular e habitualmente completo
- Textura hiperecogênica em comparação ao tecido adjacente
- Presença de calcificação em casca de ovo

Outras características sugerem malignidade:

- Padrão hipoecogênico

- Limites irregulares ou indefinidos

- Presença de microcalcificações.

Portanto podemos dizer que um nódulo suspeito é aquele que apresenta

hipoecogenicidade associada a uma das características abaixo:

- Contorno irregular

- Presença de microcalcificações

- Vascularização interna

- Halo ausente ou se presente, espesso ou interrompido.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Imagens Médicas

Nódulos da Tireóide


A Evolução do Cirurgião

Encontrando a doença a qualquer custo

terça-feira, 12 de junho de 2007

Tireóide IV - Manejo Clínico

Manejo Clínico

A grande maioria da morbidade relacionada aos nódulos da tireóide é relatada quando esses nódulos representam carcinoma, por isso o manejo deve ser focado na identificação de nódulos que podem ser malignos.

História e Exame Físico
O mais importante fator de risco para o câncer da tireóide é a exposição prévia à radiação. É importante identificar a idade e o tempo de exposição, a região exata do corpo que foi irradiada, e se possível, o tipo e a dose da irradiação. Embora as mulheres sejam mais propensas a apresentarem nódulos e câncer da tireóide do que homens, a probabilidade de câncer é maior em homens com nódulos, especialmente se maiores de 70 anos de idade. A incidência do câncer da tireóide aumenta com a idade, mas uma grande porcentagem de nódulos em pacientes com menos de 20 anos serão malignos.
O linfoma da tireóide deve ser considerado em pacientes com crescimento rápido da tireóide e diagnóstico prévio de tireoidite de Hashimoto, especialmente em mulheres com mais de 50 anos.
Uma história familiar de feocromocitoma, hipercalcemia, anormalidades mucosas,ou carcinoma medular da tireóide leva à suspeita de uma síndrome endócrina múltipla.
Muitos nódulos tireoideanos são descobertos acidentalmente em pacientes assintomáticos. Embora somente um nódulo possa ser detectado no exame físico, cerca de 50% das glândulas abrigam múltiplos nódulos.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Imagens da Tireóide

Vamos aprender um pouco mais .....



Topografia da Tireóide



Histologia da Tireóide

domingo, 3 de junho de 2007

Tireóide III - O nódulo tireoideano

O nódulo da Tireóide

Nódulos palpáveis da tireóide são freqüentemente encontrados na prática clínica e o seu manejo requer a experiência do cirurgião em identificar se o nódulo representa casos de carcinoma que requerem intervenção cirúrgica.
Nódulos solitários da tireóide estão presentes em cerca de 6,4% das mulheres e em cerca de 1,5% dos homens dos Estados Unidos. A baixa prevalência em crianças aumenta linearmente com a idade. Muitos nódulos palpáveis considerados solitários são na realidade um bócio multinodular. Embora estudos de autópsias indiquem a presença de nódulos em até 50% das autópsias, muitas vezes eles são muito pequenos e clinicamente inaparentes. A ultrassonografia de ata resolução é capaz de identificar nódulos em 13 a 40% dos pacientes considerados não-portadores de doença tireoideana.
Além disso, nódulos podem ser identificados em até 70 % dos adultos, porém muitos serão pequenos demais e de importância clínica incerta.
Enquanto a causa dos nódulos da tireóide não é conhecida, a deficiência de iodo e a evidência inversa de tireotropina (TSH) podem estar relacionadas.
A exposição à radiação pode causar neoplasia da tireóide, com uma relação linear entre doses da radiação até 1800 rad e a incidência de nódulos da tireóide e câncer. Muitos nódulos tendem a ocorrer cerca de 10 a 20 anos após a exposição, mas o risco pode existir até 35 anos após.
Altas doses de radiação, isto é, doses externas de radioterapia para Doença de Hodgkin (> 2000 rad) ou iodoterapia com I 131 para tratamento do bócio tóxico não parece ser relacionado com o desenvolvimento do câncer da tireóide.
A maioria dos nódulos tireoideanos pode representar adenomas colóides (27 a 60%) ou simplesmente adenomas foliculares( 26 a 40%). Cerca de 5% dos nódulos da tireóide são considerados hiperfuncionantes e, portanto “quentes” à cintilografia. O câncer da tireóide é encontrado em 10 a 14 % dos pacientes que se apresentam com nódulos tireoideanos palpáveis. O carcinoma papilífero corresponde a 70 a 75% dos cânceres da tireóide em americanos , com o carcinoma folicular sendo o próximo mais comum ( 20-25%) e o carcinoma anaplásico e o medular compreendem os restantes 3 a 5%.