quarta-feira, 25 de julho de 2007

Laringe I - Anatomia (Esqueleto Laríngeo)

Anatomia da Laringe

Múltiplas são as funções da laringe. Com seu mecanismo de dilatação- constricção, terá função de proteção contra broncoaspiração , fonação, condução do ar aos pulmões, tosse com conseqüente eliminação das secreções; com seu mecanismo valvular, permite realizar a manobra de Valsalva, importante em diversas situações do cotidiano (levantar peso, defecar, etc.)

Esqueleto Laríngeo

Os elementos de suporte da laringe são compostos por cartilagens.
Nove são as cartilagens da laringe : tireóide, cricóide e epiglote (ímpares); aritenóide,cuneiforme e corniculada (pares).
As cartilagens tireóide, cricóide e grande parte das aritenóides são cartilagens hialinas. A cartilagem tireóide irá sofrer um processo de calcificação que se completa aos 25 anos de idade. As cartilagens corniculada, cuneiforme, epiglote e o ápice da cartilagem aritenóide são compostos por fibrocartilagens elástica e não se calcificam6.
Muito importante para o suporte estrutural da laringe é o osso hióide. Encontra-se ao nível da terceira vértebra cervical no adulto, situado acima da cartilagem tireóide, relacionado com a parede anterior da hipofaringe e a base da língua. É formado por um corpo (em forma de “U”), dois cornos maiores e dois cornos menores. No corno menor estão inseridos o músculo constrictor médio da faringe e o ligamento estilohioideo. Os músculos gênio-hioideo e genioglosso estão aderidos na sua superfície superior e interna do corpo, enquanto o músculo milo-hioideo se insere na sua superfície anterior. O músculo hioglosso se origina no corno maior e o músculo digástrico está aderido na porção ântero - lateral do corpo do hióide. Estes são os músculos supra-hióideos (14 músculos, 7 pares). Com relação aos músculos infra-hióideos (3 pares), temos o esterno-hióideo, omo - hióideo e tireo-hióideo.
A cartilagem tireóide (do grego: thyreós, thyrõu = escudo) é a maior cartilagem da laringe . O ângulo entre as lâminas exibe um dismorfismo sexual : em média 90º no homem e 120 º na mulher. O ponto de junção entre as duas lâminas é chamado de istmo. Um grupo de 5 ligamentos elásticos estão aderidos na face posterior (interna) do istmo: o ligamento tireoepiglótico, os ligamentos vestibulares e os ligamentos vocais. O ligamento vocal vai penetrar no pericôndrio interno da cartilagem tireóide, formando uma estrutura chamada ligamento de Broyle, rico em vasos sangüíneos e linfáticos.Quando invadido por carcinoma, funciona como um excelente meio de disseminação tumoral . Os dois cornos superiores vão ajudar na suspensão da laringe, com suas conexões com o osso hióide, enquanto os dois cornos menores ajudam na suspensão da cricóide (articulação cricotireóidea). Três músculos estão aderidos na superfície lateral das lâminas tireoideanas ; esternotireóideo, tireo-hióideo e constrictor inferior da faringe .
A cartilagem cricóide (do grego crícou = anel) possui uma lâmina posterior (mede de 2 a 3 cm) e uma lâmina anterior, menor (mede de 5 a 7 mm). Articula-se superiormente com a cartilagem tireóide (membrana cricotireóidea anteriormente e articulação cricotireóidea bilateralmente), posteriormente com as aritenóides e inferiormente com a traquéia (ligamento cricotraqueal).
As aritenóides têm forma piramidal, articuladas com a cricóide (articulação sujeita a processos inflamatórios, como artrite reumatóide, podendo ser causa de paralisia da laringe), possuindo, na sua porção antero - medial, o processo vocal, onde se adere o ligamento vocal que servirá como suporte para as cordas vocais (ligado à superfície interna da cartilagem tireóide) .
As cartilagens corniculadas (Wrisberg) estão aderidas ao ápice das cartilagens aritenóides. As cartilagens cuneiformes ( Santorini) estão localizadas nas pregas ariepiglóticas.
A cartilagem epiglote, elástica, quase nunca se ossifica, permanecendo flexível durante toda a vida. Em toda a sua extensão, é perfurada por vários orifícios por onde passam vasos sangüíneos, linfáticos e tecido fibroso, sendo um local de fácil disseminação neoplásica. Na sua porção inferior, está localizado o ligamento tireoepiglótico que se liga à superfície interna da cartilagem tireóide.

Laringe

Amigos leitores deste blog informativo em Cirurgia de Cabeça e Pescoço,estaremos a partir de agora conversando um pouco sobre laringe e câncer de laringe. Abordaremos os aspectos anatômicos mais importantes , aspectos epidemiológicos, fatores de risco e o câncer da laringe e seu tratamento.
Caso tenham alguma dúvida com relação a tireóide, postem comentários e poderemos sanar e debater as dúvidas..
Um abraço

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Tireóide VII - Manejo

Manejo dos Nódulos Tireoideanos com histologia indeterminada ou carcinoma bem diferenciado da tireóide.

As vantagens da cirurgia da tireóide podem incluir: capacidade de diagnóstico após uma biópsia não-diagnóstica ou indeterminada, remoção do câncer da tireóide, estadiamento e preparo para ablação com iodoterapia. As opções cirúrgicas para o tratamento do carcinoma bem diferenciado da tireóide podem ser limitadas a lobectomia e istmectomia ou tireoidectomia total.
Os nódulos solitários com uma biópsia indeterminada ( suspeito, neoplasia folicular ou neoplasia de células de Hürthle), o risco de malignidade é de aproximadamente 20%.
Para nódulos solitários que são repetidamente não-diagnosticados na biópsia, o risco de malignidade é desconhecido, mas provavelmente próximo de 5 a 10%.
Devido ao aumento do risco para malignidade, a tireoidectomia total é indicada para pacientes com tumores grandes (>4 cm) quando atipia é encontrada na biópsia, quando a biópsia revela suspeito para carcinoma papilífero, em pacientes com uma história familiar de câncer da tireóide e em pacientes com uma história de exposição a radiação.Outra indicação da tireoidectomia total é a presença de doença nodular suspeita bilateralmente.
Para muitos pacientes com câncer da tireóide, o procedimento inicial a ser considerado deve ser a tireoidectomia total. A tireoidectomia parcial pode ser suficiente para o tratamento de carcinoma papilífero intratireoideano pequeno em pacientes de baixo risco com nódulo isolado e ausência de metástases cervicais linfonodais.

domingo, 8 de julho de 2007

Tireóide VI - Outros Exames e Risco de Malignidade

Outros Exames
Técnicas seccionais de imagem como a Tomografia Computadorizada e a Ressonância Magnética não devem ser usadas para pesquisar a doença tireoideana ou para o manejo inicial de nódulos tireoideanos usuais ou bócio , porque são mais caros e igualmente pouco específicos para serem utilizados no diagnóstico inicial.
As técnicas seccionais de imagem no preoperatório têm sido usadas no nódulo tireoideano em situações específicas.Quando o exame clínico demonstra que a massa tireoideana encontra-se fixa a estruturas vizinhas ou quando massas extra-tireoideanas são palpadas ,essas técnicas podem prover um guia para o procedimento cirúrgico ou para determinar irressecabilidade.
A projeção da massa para mediastino superior também pode ser melhor visualizada com TC ou RNM. Importante informação também pode ser obtida sobre compressão ou invasão traqueal, quando técnicas radiográficas convencionais falham em revelar esta evidência.
O uso da RNM e TC também é importante no manejo pós-operatório de pacientes submetidos a tratamento cirúrgico para o câncer da tireóide.O maior uso desta técnicas seccionais no acompanhamento do paciente com câncer da tireóide está para detectar:
- Recorrência do câncer da tireóide
- Linfonodomegalia cervical ou mediastinal
- Metástase regionais
- Novas massas que foram palpadas
- Conduzir achados suspeitos encontrados na palpação, US ou cintilografia.

Riscos de Câncer no nódulo da tireóide

Pacientes com nódulos da tireóide são selecionados para tratamento cirúrgico quando já tem diagnóstico de câncer ou possui risco de câncer, sintomas específicos ou quando tem anormalidades estéticas. Fatores que aumentam o risco de o nódulo da tireóide ser maligno são listados abaixo:
- História familiar de Câncer medular da tireóide ou neoplasia endócrina múltipla tipo II.
- Câncer da tireóide familiar não medular.
- Síndrome de Cowden.
- Polipose familiar ( Síndrome de Gardner).
- Neoplasia endócrina múltipla tipo I ou hiperparatireoidismo familiar.
- Exposição a baixas ou moderadas doses de radiação terapêutica.
- Radioterapia externa.
- Nódulo da tireóide com crescimento rápido.
- Aparecimento de um novo nódulo tireoideano em jovem (<> 60 anos).
- Nódulo tireoideano com linfadenopatia adjacente.
- História de rouquidão ou paralisia de corda vocal.






domingo, 1 de julho de 2007

Imagens Médicas



Médicos cada vez mais "antenados" na internet.
(Extraído de Diálogo Roche)